A Casa Pasqua, na Fazenda da Boa Vista, Porto Feliz, possui planta de pavimento térreo, em forma de “L”, um volume totalmente permeável e com acesso direto ao jardim. Essa implantação em volumes cruzados tira partido do terreno e marca a diferença entre os usos social e íntimo na residência.

O elemento vazado, que se tornou a marca registrada do projeto, fornece privacidade sem barrar a paisagem, e traz emoção ao longo do dia, já que a passagem do tempo é claramente marcada pela entrada de luz, que chega com intensidades diferentes e faz desenhos de luz e sombra no piso.

O acesso principal, discreto, se dá pela lateral, e é delimitado por uma parede de cobogós (feitos de placas pré-moldadas de concreto pintadas de branco) que define a relação sutil entre exterior e interior, com uma delicada vista para a alameda e seus flamboyants. A frondosa alameda de flamboyants, que sazonalmente tingem de vermelho intenso um dos lados do terreno, inclusive, direcionou a implantação da casa.

Os muros laterais do terreno foram executados com pedras locais rústicas que se contrapõem visualmente aos elementos vazados e, conectam um espaço semi-privado – um jardim intermediário – com a área social totalmente exposta.

O programa é distribuído em dois núcleos, social e privado. Em sua área social, o uso de transparências e a possibilidade de abrir completamente as janelas articulam o jardim, suas visuais e a totalidade do terreno. Cria-se, assim, a sensação de acolhimento e comodidade, um espaço único aberto, que permite a organização do mobiliário. O núcleo social desfaz-se no terreno, sobrando apenas a presença de um volume e um grande terraço. Devido às altas temperaturas da região, procurou-se diminuir ao máximo a necessidade do uso de ar-condicionado. Desta maneira, o uso de ventilação cruzada na área social foi uma questão de grande importância na concepção do projeto. Além disso, a laje de concreto se projeta 4 metros da fachada, protegendo as salas da incidência direta do sol.

A conexão espacial entre os dois núcleos se dá através da cozinha. O núcleo privado, destinado aos dormitórios está identificado com o uso de painéis de muxarabis de madeira como fechamento. Eles definem o grau de interação e permeabilidade entre os núcleos, permitindo direta relação com o jardim e a piscina ou servindo como anteparo visual. Além disso, o revestimento em painéis de muxarabis deixa os quartos protegidos da incidência solar e, consequentemente, auxilia o conforto ambiental.

A arquitetura da Casa Pasqua cria espaços íntimos e de uso comum e uma gama de possibilidades de níveis de interação entre eles e os espaços externos.
Joanna Helm

CASA PASQUA

local > porto feliz . sp . brasil
projeto > janeiro . 2013
conclusão > maio . 2016
terreno > 2.000 m2
área construída > 572 m2
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arquitetura e interiores> studio mk27
autor > marcio kogan
co-autora > carolina castroviejo . elisa friedmann
interiores > diana radomysler
equipe de arquitetura > henrique bustamante . oswaldo pessano . samanta cafardo
equipe de interiores > pedro ribeiro
equipe de comunicação > carlos costa . laura guedes . mariana simas
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construtora > construtora gaia
engenharia estrutural > pasqua e graziano associados
paisagismo > dorey brasil paisagismo
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fotógrafo > fernando guerra

A Casa Pasqua, na Fazenda da Boa Vista, Porto Feliz, possui planta de pavimento térreo, em forma de “L”, um volume totalmente permeável e com acesso direto ao jardim. Essa implantação em volumes cruzados tira partido do terreno e marca a diferença entre os usos social e íntimo na residência.

O elemento vazado, que se tornou a marca registrada do projeto, fornece privacidade sem barrar a paisagem, e traz emoção ao longo do dia, já que a passagem do tempo é claramente marcada pela entrada de luz, que chega com intensidades diferentes e faz desenhos de luz e sombra no piso.

O acesso principal, discreto, se dá pela lateral, e é delimitado por uma parede de cobogós (feitos de placas pré-moldadas de concreto pintadas de branco) que define a relação sutil entre exterior e interior, com uma delicada vista para a alameda e seus flamboyants. A frondosa alameda de flamboyants, que sazonalmente tingem de vermelho intenso um dos lados do terreno, inclusive, direcionou a implantação da casa.

Os muros laterais do terreno foram executados com pedras locais rústicas que se contrapõem visualmente aos elementos vazados e, conectam um espaço semi-privado – um jardim intermediário – com a área social totalmente exposta.

O programa é distribuído em dois núcleos, social e privado. Em sua área social, o uso de transparências e a possibilidade de abrir completamente as janelas articulam o jardim, suas visuais e a totalidade do terreno. Cria-se, assim, a sensação de acolhimento e comodidade, um espaço único aberto, que permite a organização do mobiliário. O núcleo social desfaz-se no terreno, sobrando apenas a presença de um volume e um grande terraço. Devido às altas temperaturas da região, procurou-se diminuir ao máximo a necessidade do uso de ar-condicionado. Desta maneira, o uso de ventilação cruzada na área social foi uma questão de grande importância na concepção do projeto. Além disso, a laje de concreto se projeta 4 metros da fachada, protegendo as salas da incidência direta do sol.

A conexão espacial entre os dois núcleos se dá através da cozinha. O núcleo privado, destinado aos dormitórios está identificado com o uso de painéis de muxarabis de madeira como fechamento. Eles definem o grau de interação e permeabilidade entre os núcleos, permitindo direta relação com o jardim e a piscina ou servindo como anteparo visual. Além disso, o revestimento em painéis de muxarabis deixa os quartos protegidos da incidência solar e, consequentemente, auxilia o conforto ambiental.

A arquitetura da Casa Pasqua cria espaços íntimos e de uso comum e uma gama de possibilidades de níveis de interação entre eles e os espaços externos.
Joanna Helm