O grande incêndio do Museu Nacional em 2018 resultou em uma perda inestimável para o país. Para fechar essa terrível ferida o projeto de arquitetura não pode se limitar a renovar o edifício destruído pelo fogo; ele deve reconstruir seu significado e sua relação com o mundo.

Esse projeto tenta percorrer esse caminho ao propor uma refundação física e metafórica através da qual a o Museu Nacional possa renascer.

A nova fundação começa pelo Jardim do Terraço, que deverá sofrer pequenas alterações convidando o público que chega ao museu a passar por seu centro, ao invés de contorná-lo. Se desenvolve então por debaixo da nave central do edifício, cruzando-a e gerando um sistema de jardins conectados que levam à uma nova extensão, ao fundo, localizada abaixo do nível térreo do edifício. A sequência de jardins termina aberta ao parque e à cidade, dado o desnível do terreno.

Essa nova plataforma atribui ao edifício restaurado uma nova dignidade, transformando o espaço do museu em uma moderna ágora para a cultura e com forte caráter cívico. Chegando ao topo do parque, não encontramos apenas um restaurado e isolado edifício, mas um sistema orgânico de pátios internos e externos suspensos sobre a cidade e totalmente integrados à vida da Quinta através dos terraços verdes que o cercam como nas construções antigas. O sistema constitui-se do Jardim do Terraço, Jardim do Pátio, Jardim das Princesas e Jardim do belvedere. Este, sobre a nova plataforma, oferece uma profunda relação com a natureza, perfeita para um museu de ciências naturais.

Sob o ponto de vista funcional, a intervenção está organizada a partir de uma grande escadaria que liga o Jardim do Terraço a um generoso e moderno foyer subterrâneo capaz de acomodar os grandes fluxos de pessoas que o museu deve acomodar a partir de sua reabertura. O novo foyer acomoda-se abaixo do edifício existente.

No foyer estão todos os serviços públicos do museu como bilheteria, livraria, café, etc. As circulações verticais estão conectadas nos blocos 2 e 3, que manterão o enorme pé direito e os sinais do fogo, tais como suas paredes descascadas. O pátio do Chafariz se manterá como praça de conexão de todas as asas do edifício, mas deverá ser rebaixado, unindo-se tanto ao foyer quanto ao túnel de acesso à nova ala.

Optamos por cobrir este pátio com uma cobertura translúcida e parcialmente retrátil, de maneira que ele responda bem à sua atribuição funcional. A nova ala do museu abrigará, além de espaços expositivos, um restaurante, que, com a vista do parque e um acesso externo, poderá funcionar mesmo nos dias em que o museu esteja fechado.

A antiga escadaria de mármore do Palácio deverá ser restaurada e ganhar uma cobertura fixa em vidro. Ela levará o visitante a outro ponto de vista privilegiado, de onde se observarão os grandes pés-direitos e as conexões entre átrios e Pátio.

MUSEU NACIONAL RIO DE JANEIRO

local > rio de janeiro . brasil
projeto > agosto 2020
terreno > 15.475,53m²
area contruída > 2.282 m²
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arquitetura > studio mk27 . bricolo falsarella associati
autor > marcio kogan . bricolo falsarella associati
co-autor > eduardo glycerio . eduardo radomysler . marcio tanaka
equipe de restauro > carlotta galeazzo . giorgio galeazzo
equipe de comunicação > carlos costa . mariana simas . nathalia lima
-
render > miguel muralha
croquis > filippo bricolo

O grande incêndio do Museu Nacional em 2018 resultou em uma perda inestimável para o país. Para fechar essa terrível ferida o projeto de arquitetura não pode se limitar a renovar o edifício destruído pelo fogo; ele deve reconstruir seu significado e sua relação com o mundo.

Esse projeto tenta percorrer esse caminho ao propor uma refundação física e metafórica através da qual a o Museu Nacional possa renascer.

A nova fundação começa pelo Jardim do Terraço, que deverá sofrer pequenas alterações convidando o público que chega ao museu a passar por seu centro, ao invés de contorná-lo. Se desenvolve então por debaixo da nave central do edifício, cruzando-a e gerando um sistema de jardins conectados que levam à uma nova extensão, ao fundo, localizada abaixo do nível térreo do edifício. A sequência de jardins termina aberta ao parque e à cidade, dado o desnível do terreno.

Essa nova plataforma atribui ao edifício restaurado uma nova dignidade, transformando o espaço do museu em uma moderna ágora para a cultura e com forte caráter cívico. Chegando ao topo do parque, não encontramos apenas um restaurado e isolado edifício, mas um sistema orgânico de pátios internos e externos suspensos sobre a cidade e totalmente integrados à vida da Quinta através dos terraços verdes que o cercam como nas construções antigas. O sistema constitui-se do Jardim do Terraço, Jardim do Pátio, Jardim das Princesas e Jardim do belvedere. Este, sobre a nova plataforma, oferece uma profunda relação com a natureza, perfeita para um museu de ciências naturais.

Sob o ponto de vista funcional, a intervenção está organizada a partir de uma grande escadaria que liga o Jardim do Terraço a um generoso e moderno foyer subterrâneo capaz de acomodar os grandes fluxos de pessoas que o museu deve acomodar a partir de sua reabertura. O novo foyer acomoda-se abaixo do edifício existente.

No foyer estão todos os serviços públicos do museu como bilheteria, livraria, café, etc. As circulações verticais estão conectadas nos blocos 2 e 3, que manterão o enorme pé direito e os sinais do fogo, tais como suas paredes descascadas. O pátio do Chafariz se manterá como praça de conexão de todas as asas do edifício, mas deverá ser rebaixado, unindo-se tanto ao foyer quanto ao túnel de acesso à nova ala.

Optamos por cobrir este pátio com uma cobertura translúcida e parcialmente retrátil, de maneira que ele responda bem à sua atribuição funcional. A nova ala do museu abrigará, além de espaços expositivos, um restaurante, que, com a vista do parque e um acesso externo, poderá funcionar mesmo nos dias em que o museu esteja fechado.

A antiga escadaria de mármore do Palácio deverá ser restaurada e ganhar uma cobertura fixa em vidro. Ela levará o visitante a outro ponto de vista privilegiado, de onde se observarão os grandes pés-direitos e as conexões entre átrios e Pátio.