Construída de frente para a Praia de Itacarezinho, no nordeste brasileiro, a Casa Txai recupera princípios já investigados na obra do studio mk27, dez anos antes, como na Casa Du Plessis (2001-2003): o projeto funde elementos das habitações coloniais e vernaculares – nesse caso, as coloridas casas baianas – com linhas modernas precisas.

Para evitar verticalização, a casa assenta-se no terreno em dois blocos em níveis diferentes, sem qualquer sobreposição dos pavimentos. Essa solução acabou por construir uma nova configuração para o terreno, como uma segunda natureza a partir do perfil original. Invariavelmente, as obras do studio mk27 colocam a vista como definidora do projeto. Aqui, isso aparece pelo uso da topografia existente que se eleva 13 metros: a vista não é obtida pela verticalização da casa e sim pela implantação na cota mais alta.

No andar inferior, a sala se transforma em uma grande varanda – um espaço aberto, protegido por uma laje plana protendida –, ao recolher completamente todos os vidros e vedações. Vãos de 9,70m por 6,30m modulam a estrutura em um racional sistema dominó.
No piso superior, os quartos – sob o telhado “em águas”, dentro dos coloridos volumes de madeira e estuque – se abrem para uma varanda de 2,5m de largura onde ficam penduradas tradicionais redes, presas no forro de madeira de demolição. Os banheiros prolongam-se para fora do telhado e são totalmente abertos para o exterior, tendo seus jardins individuais definidos por muros, como pátios.

Os clientes sugeriram desde o início uma integração radical entre natureza e arquitetura. A casa em dois níveis diferentes criou então um inevitável percurso externo pelo jardim entre a sala e os quartos.

Não há escadas internas e usar os espaços significa eventualmente tomar chuva; experimentar condições climáticas ao transitar entre interior e exterior.

Gabriel Kogan

CASA TXAI

local > itacaré . bahia . brasil
projeto > março . 2011
conclusão > dezembro . 2014
terreno > 6.450 m2
área construída > 640 m2
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arquitetura e interiores> studio mk27
arquitetura > studio mk27
autor > marcio kogan
co-autores > carolina castroviejo . gabriel kogan
interiores > diana radomysler
equipe de arquitetura > paula sertório
equipe de interiores > mariana ruzante
equipe de comunicação > carlos costa . laura guedes . mariana simas
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construtora > RFM
engenharia estrutural > benedicts engenharia
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fotógrafo > fernando guerra

Construída de frente para a Praia de Itacarezinho, no nordeste brasileiro, a Casa Txai recupera princípios já investigados na obra do studio mk27, dez anos antes, como na Casa Du Plessis (2001-2003): o projeto funde elementos das habitações coloniais e vernaculares – nesse caso, as coloridas casas baianas – com linhas modernas precisas.

Para evitar verticalização, a casa assenta-se no terreno em dois blocos em níveis diferentes, sem qualquer sobreposição dos pavimentos. Essa solução acabou por construir uma nova configuração para o terreno, como uma segunda natureza a partir do perfil original. Invariavelmente, as obras do studio mk27 colocam a vista como definidora do projeto. Aqui, isso aparece pelo uso da topografia existente que se eleva 13 metros: a vista não é obtida pela verticalização da casa e sim pela implantação na cota mais alta.

No andar inferior, a sala se transforma em uma grande varanda – um espaço aberto, protegido por uma laje plana protendida –, ao recolher completamente todos os vidros e vedações. Vãos de 9,70m por 6,30m modulam a estrutura em um racional sistema dominó.
No piso superior, os quartos – sob o telhado “em águas”, dentro dos coloridos volumes de madeira e estuque – se abrem para uma varanda de 2,5m de largura onde ficam penduradas tradicionais redes, presas no forro de madeira de demolição. Os banheiros prolongam-se para fora do telhado e são totalmente abertos para o exterior, tendo seus jardins individuais definidos por muros, como pátios.

Os clientes sugeriram desde o início uma integração radical entre natureza e arquitetura. A casa em dois níveis diferentes criou então um inevitável percurso externo pelo jardim entre a sala e os quartos.

Não há escadas internas e usar os espaços significa eventualmente tomar chuva; experimentar condições climáticas ao transitar entre interior e exterior.

Gabriel Kogan